Setembro Azul demonstra a história de lutas e conquistas dos surdos

O Dia Nacional do Surdo é celebrado em 26 de setembro, mas durante todo o mês ocorrem eventos para destacar e relembrar a história de lutas e conquistas da comunidade surda. Setembro Azul é nome dado a esse período em que ocorrem palestras, seminários, encontros e exposições. As atividades desse movimento, que acontece desde 2011, têm como objetivo a conscientização da população e a inclusão dos surdos na sociedade, destacando suas condições de vida, educação, cidadania, saúde e trabalho.

Internacionalmente, a comemoração acontece a cada 30 de setembro, mas no Brasil convencionou-se o dia 26 por ser a data de aniversário da inauguração da primeira escola para surdos no país, em 1857. A instituição foi fundada pelo professor francês Hernest Huet, com o apoio do imperador D. Pedro II, sob a denominação de Instituto Nacional de Surdos do Rio de Janeiro, e atualmente é chamada INES ‐ Instituto Nacional de Educação de Surdos. Na época do império, a entidade acolhia apenas surdos do sexo masculino, que vinham de todo o país e muitas vezes eram lá abandonados por suas famílias.

Setembro Azul tem esse nome pela importância histórica do mês e também pela relevância representativa da cor. Durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas separavam as pessoas em diferentes grupos dentro dos campos de concentração, dentre eles os surdos, que eram identificados por uma faixa da cor azul fixada no braço.

Um dos principais temas abordados durante o Setembro Azul é a inclusão cultural e linguística dos surdos em todo o mundo. No Brasil, há uma linguagem utilizada pela maioria da comunidade surda, reconhecida por lei, denominada LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. Em 1880, um congresso ocorrido em Milão, na Itália, proibiu a utilização da linguagem de sinais, por entender que a oralização seria o melhor caminho para o aprendizado dos surdos. Em 1993, teve início no Congresso Federal um projeto que intencionava a regulamentação da Libras no país, o que de fato aconteceu com a Lei 10.436, de 24 de abril de 2002.

Várias conquistas foram alcançadas após a promulgação da lei. Em 2005, a Língua Brasileira de Sinais foi regimentada, por meio de um decreto, como disciplina curricular, e em 2010 houve a regulamentação da profissão de intérprete e tradutor de Libras.

O Dia Nacional do Surdo e o movimento Setembro Azul demonstram a importância dos avanços da comunidade, mas também ressaltam que ainda há muito para se conquistar, no que diz respeito às suas necessidades, em diversos setores da sociedade.

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