Tradutores de Libras ganham destaque nas eleições

Desempenho de tradutores chamou mais atenção do que propostas

Em pleno período de campanha eleitoral, uma novidade vem garantir a acessibilidade de cerca de 5% da população nacional que possui algum tipo de deficiência auditiva. A Lei 13.146/2015 instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência e tornou obrigatória a presença da janela com intérprete de Libras nas propagandas e debates eleitorais. Até então, o uso do intérprete da Língua Brasileira de Sinais era facultativo.

Pelo Brasil afora, diversas inflações à Lei já ocorreram, como foi o caso de programas veiculados em algumas cidades do interior do Amazonas, que descumpriam o texto da lei. O TRE do Amazonas exibiu o seu imediato cumprimento, sob pena de exclusão da programação.

Mas o que realmente vem roubando a cena são os debates eleitorais. No debate promovido pela Rede TV entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, os intérpretes apareciam cortados no canto da tela e flutuando, ora com tamanhos maiores, ora menores e com qualidade de imagem abaixo do comum. No debate da Band Rio entre os candidatos da capital carioca, os problemas técnicos ficaram de lado e a atenção ficou voltada para a intérprete que roubou a cena. A fonoaudióloga Gildete da Silva Amorim transmitiu com interpretações animadas, tudo que ocorria no debate. Os gestos teatrais da intérprete não passaram despercebidos de quem acompanhava pela televisão.

Nas redes sociais, ambos os debates repercutiram com frases curiosas. “Esse ano quero votar na intérprete de libras, tem como?”, perguntou um telespectador. “De todas as pessoas do debate, a mais confiável é a tradutora de libras”, disse outro.

O fato é que se fazia necessária uma regulamentação para que os mais de 9 milhões de brasileiros, que possuem algum tipo de deficiência auditiva, pudessem ter acesso de maneira correta ao conteúdo apresentado pelos candidatos.

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